Introdução ao Desenvolvimento de Jogos – Parte 4

O contexto da produção de jogos apresentado nesta série de artigos explicita a complexidade envolvida na criação de jogos digitais mas há de se ressaltar que o acesso ao universo do desenvolvimento tem se tornado cada vez mais fácil. As tendências do mercado consumidor e o crescente interesse pelos jogos de estúdios independentes têm fomentado a formação de um ambiente propício ao surgimento de novos entusiastas. Através de ferramentas mais baratas e acessíveis, meios de distribuição e fontes alternativas de financiamento o ecossistema tem se tornado um pouco mais democrático para grande e pequenos desenvolvedores. A introdução ao desenvolvimento de jogos se dá de forma muito fácil e intuitiva através do uso das game engines. Estes ambientes de criação abstraem toda a complicada questão de tecnologia envolvida nos jogos permitindo aos desenvolvedores dedicar mais tempo ao design e programação, podendo desta forma criar produtos de maior qualidade através de um processo relativamente rápido e barato. Os exemplos de jogos apresentados na parte 3 demonstram a versatilidade do Unity e confirmam a hipótese de que a game engine apresenta todos os requisitos necessários para que se crie experiências inovadoras, permitindo aos desenvolvedores ampliar seus projetos desde o protótipo até o produto final, tudo baseado em práticas de desenvolvimento de jogos utilizadas pelo mercado profissional. O próprio mercado também é ponto positivo para desenvolvedores Unity já que existe uma comunidade grande e bastante ativa. A oferta de oportunidades na área também se mostra animadora para os que desejam trabalhar de forma profissional com o Unity permitindo o trabalho desde pequenos estúdios até estúdios mundialmente grandes. Embora possa parecer complicada para usuários iniciantes, a praticidade e funcionalidade da interface do Unity proporcionam ao desenvolvedor um ambiente bastante seguro e ágil para sua atividade, seja ela programação, game design, arte, etc. Além disso a grande quantidade de material disponível para estudo aceleram bastante o aprendizado inicial.

Introdução ao Unity Game Engine

O Unity está disponível para download e instalação a partir do site Unity Technologies em planos individuais ou para empresas, livre de royalties (UNITY). Ele possui versão disponível para os principais sistemas operacionais do mercado.

Download da Unity

Para criar jogos com o Unity não é necessário que o desenvolvedor seja um programador experiente mas de fato são necessários alguns conhecimentos básicos sobre programação (BLACKMAN, 2014). Nos fóruns de usuários do Unity é possível encontrar soluções ou respostas para dúvidas de programação facilmente. Também é possível encontrar na comunidade Unity programadores que fazem a codificação por valores bastante acessíveis ou até gratuitamente dividindo a autoria do projeto com o desenvolvedor ou game designer.

A tela inicial do Unity possui alguns templates1 para criação de jogos. Ao se escolher um template para jogos 2D o Unity carrega automaticamente vários módulos e layouts para a criação deste tipo de jogo. A tela principal do Editor do Unity é divida em várias janelas chamadas de views. As principais views são Hierarchy, Project, Scene, Game e Inspector. Existem muitas outras janelas auxiliares como Animation, Tile Palette entre outras que ajudam na configuração de um projeto de jogo. O layout das views pode ser configurado de várias maneiras se ajustando às preferências do desenvolvedor.

Editor da Unity

A arquitetura de construção de jogos principal do Unity é baseada na utilização de classes base fornecidas pela engine: a classe GameObject (objeto do jogo) e a classe Component, que através de classes derivadas, adiciona diversas funcionalidades aos objetos. A criação de objetos no Unity é bastante simples podendo ser feita através do menu superior ou diretamente nas views Hierarchy e Project. Adicionar componentes aos objetos é igualmente fácil através da view Inspector. Entre os principais componentes do Unity podemos destacar o Transform que reúne informações sobre o posicionamento do objeto no universo do jogo; o SpriteRenderer e o MeshRenderer que desenham imagens, objetos ou animações na tela; o RigidBody que adiciona simulações de física; os Colliders que auxiliam a detecção de colisões entre objetos; e os Scripts que permitem a criação de componentes customizados através de programação. A combinação de objetos e componentes permite ao desenvolvedor criar em minutos o protótipo de um piso e uma bola quicando sobre ele, por exemplo, isso sem adicionar uma única linha de código. Toda a abstração necessária para a simulação é fornecida pelo Unity.


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Uma resposta para “Introdução ao Desenvolvimento de Jogos – Parte 4”

  1. […] Leia a continuação deste artigo em Introdução ao Desenvolvimento de Jogos – Parte 4 […]

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