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Uma resposta para “Introdução ao Desenvolvimento de Jogos – Parte 3”
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Como visto no início do artigo anterior, o desenvolvimento de jogos digitais é um processo complexo e envolve várias técnicas e metodologias. É necessário garantir que ao final do processo as principais falhas decorrentes do desenvolvimento tenham sido vistas e resolvidas (MEDEIROS FILHO et al., 2013). Uma das formas de se evitar erros de projeto logo em seu início é a prototipação. A criação de um protótipo tem por objetivo desenvolver de forma rápida um modelo que represente o produto ou parte deste para fins de teste e adequação dos requisitos que se pretende apresentar ao final.
Protótipo: Aquilo que se faz pela primeira vez e, normalmente, é usado como padrão, sendo copiado ou imitado; modelo: protótipo de um avião. O que foi criado primeiro; o primeiro de; original: protótipo do telefone. [Informática] Versão de um sistema que antecede à principal, normalmente reduzida, para ser aperfeiçoada.
Prototipagem: Desenvolvimento ou criação de protótipos, modelos iniciais de alguma coisa que podem ser, posteriormente, usados como padrão. [Por Extensão] Ato de criar protótipos ou modelos iniciais para produtos que, sujeitos a testes, buscam atender a necessidade de um cliente.
(PROTÓTIPO)
A dinâmica crescente do mercado atual e a busca por produtos de maior qualidade aumentam a demanda por protótipos de baixo custo e rápida implementação que possam garantir um produto final mais próximo possível do esperado. Através do uso de tecnologias novas e baratas, concentradas em laboratórios especialmente montados para a criação de modelos, a prototipagem é amplamente utilizada na indústria. Equipamentos como impressoras 3D, fresadoras 3D, máquinas de corte a laser e outras, permitem aos engenheiros criar modelos de forma rápida incentivando a inovação (ALVES, 2015).
A seguir podemos ver as prototipagens categorizadas por suas características principais:
(HOM, 1998 apud BREYER, CREDIDIO e NEVES,2007)
Tradicionalmente o desenvolvimento de softwares se apresenta como um ciclo onde inicialmente é produzido um protótipo do programa em desenvolvimento e a medida que o projeto avança, novas funcionalidades vão sendo acrescentadas até que se chegue ao produto final (PRESSMAN, 2005 apud ALVES, 2015). Os jogos seguiram o mesmo caminho, por vezes utilizando e adaptando metodologias de desenvolvimento de software em seus processos produtivos.
Na produção de jogos digitais a prototipagem é forte aliada do game designer. Embora muitos autores defendam seu uso em todas as fases do projeto (BUSKIRK e MORONEY, 2003 apud BREYER, CREDIDIO e NEVES, 2007). Para o game designer esta é a fase onde é possível testar se o conceito do jogo reflete aquilo que se imaginava e se o aspecto mais desafiador da obra se mantém (FUTTER, 2013). Nos grandes estúdios o protótipo normalmente é utilizado pelo game designer para comunicar melhor sua ideia com o restante da equipe. Para estúdios independentes e desenvolvedores iniciantes o protótipo pode ir um pouco além e servir como forma de testar uma ideia diretamente com o público. As game jams são um exemplo bastante típico da aplicação dos conceitos de prototipagem de jogos digitais e que estão amplamente conectados aos objetivos da maioria do concursos de jogos pelo mundo afora (MUSIL et al., 2010). Geralmente as jams se caracterizam pelo curto prazo de execução de um projeto sobre determinado tema apresentado aos participantes imediatamente antes do início do concurso. O fato é que muitos jogos de sucesso tiveram origem em game jams e muitos foram criados a partir de game engines como o Unity. O celebrado jogo Superhot criado pelo estúdio independente The Bricky Blues é um exemplo.

A seguir são apresentadas algumas dicas para prototipação rápida de jogos digitais:
Existem vários aplicativos de baixo custo e também gratuitos que podem ser utilizados como ferramentas de desenvolvimento de jogos. Aplicativos de gestão, desenho de gráficos e imagens vetoriais e rasterizadas, modelagem 3D e outros. O destaque aqui vai para os aplicativos denominados de game engines ou motores de jogos. Esses aplicativos têm sido um dos fatores mais importantes para o crescimento da indústria de desenvolvimento de jogos e mais especificamente o desenvolvimento de jogos independentes (BOND, 2017). Unity, Unreal Engine, Godot são alguns exemplos de game engines que tornaram o desenvolvimento de jogos mais fácil e acessível aos desenvolvedores.
Uma das game engines que mais tem se destacado no mercado é o Unity. Segundo seu próprio site a “Unity é muito mais que a melhor plataforma de desenvolvimento em tempo real do mundo, é também um ecossistema robusto criado para ajudar no seu sucesso.” Uma das características que marcam o Unity no mercado é a sua popularidade. A quantidade de desenvolvedores que utilizam o Unity como ferramenta de produção em seus estúdios e o número de jogos criados com a game engine, e que são sucesso reconhecido é bastante expressivo. Na lista aparecem jogos de estúdios gigantes e também de desenvolvedores independentes. Jogos como Super Mario Run, Call of Duty Mobile, Cuphead, Monument Valley 2, Horizon Chase, Pokemon GO foram criados com Unity.
Podemos constatar a versatilidade do Unity para a criação de jogos a seguir. A figura 3 apresenta o jogo Call of Duty da Activision, um famoso jogo da categoria AAA. O jogo original para consoles e PCs foi criado com a Unreal Engine que é sem dúvida uma das melhores engines, especialmente na questão da qualidade gráfica. Mas toda essa qualidade tem um alto custo de processamento, memória e bateria. Para jogos mobile isso pode custar travamentos e uma experiência de jogo ruim. Por este motivo, ao portar Call of Duty para a plataforma mobile a Activision escolheu o Unity pois essa engine oferece uma qualidade gráfica muito boa para o seu jogo, mesmo rodando em plataformas mobile.

O jogo Horizon Chase visto abaixo foi produzido pela Aquiris Game Studio1. A Aquiris é um estúdio brasileiro fundado em 2007 como estúdio independente e que vem crescendo bastante nos últimos anos. A empresa conta hoje com mais de 50 colaboradores e recebeu diversos prêmios relativos aos seus jogos, sendo este o mais destacado.

O jogo a seguir é exemplo de utilização do Unity por desenvolvedores iniciantes. O jogo, embora bastante simples, foi desenvolvido por apenas uma pessoa em menos de 2 meses (MEASURE, 2018).

Estes três exemplos demonstram as possibilidades e a aceitação do Unity no mercado de jogos. Bond (2017) aponta alguns fatores que contribuem para a escolha desta engine por muito desenvolvedores como o fato do Unity poder ser utilizada gratuitamente, se seu faturamento ou de sua empresa for menor que US$ 100.000,00 nos últimos 12 meses. O Unity também permite facilmente a criação de jogos para distribuição nas mais importantes plataformas do mercado. Além disso possui vasta documentação e um grande suporte online através de fóruns e comunidades, e conta ainda com muitos projetos e assets1 disponíveis para acelerar o desenvolvimento. Podemos encontrar somente na Udemy2, plataforma de cursos online, mais de 1000 cursos relacionados ao desenvolvimento em Unity além de mais de 150 livros sobre o tema listados na Amazon3, gigante do varejo digital. Outro grande fator a se considerar é a utilização da linguagem C# para programação dentro do Unity. Essa linguagem foi criada pela Microsoft4 e possui grande suporte de desenvolvimento. Destacam-se também algumas funcionalidades disponibilizadas pelo Unity para facilitar o desenvolvimento de jogos 2D. O Unity também se destaca no desenvolvimento 3D apresentando funcionalidades e soluções ótimas. Em entrevista para o canal de vídeos da Unity Technologies em 2014, os desenvolvedores do estúdio The Bricky Blues descrevem alguns dos motivos que os levaram a escolha do Unity como motor para o desenvolvimento do jogo Superhot (SUPERHOT[…], 2014). Além das facilidades citadas para a criação e testes do jogo, outro fator decisivo foi a facilidade de distribuição para diversas plataformas sem a necessidade de retrabalho. Outra vantagem está relacionada ao grande número de comunidades em torno do Unity o que gera várias oportunidades de trabalho mesmo para iniciantes (WEIMANN, 2019).
Em contraponto ao constatado até aqui pela pesquisa, foi efetuada uma busca rápida por desenvolvedores que apontam motivos para não utilizar o Unity. O que se observou foi o fato de que a escolha de uma ferramenta para criação de jogos digitais que, em muitos casos podem ser considerados obras culturais, envolve vários fatores objetivos e subjetivos. Motivos como excesso de funcionalidades para iniciantes, antipatia a linguagem C# e preferência por software de código aberto (WHY NOT […]) foram citados para justificar a não utilização da engine. Iniciantes podem sentir-se intimidados diante da grandeza de conteúdos do Unity. Tantas possibilidades podem se tornar assustadoras e confusas para quem nunca utilizou ou estudou uma ferramenta poderosa como esta e talvez tenha um projeto pequeno e simples.
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